segunda-feira, 27 de julho de 2009

Canalha do inevitável


Algo se perdeu, eu lembro que quando comecei a fazer essas coisas eram boas as minhas intenções, puta merda, alguma coisa se perdeu, porque agora eu só quero terminar tudo, e era para ser "para sempre" isso aqui, preciso encontrar a porcaria da peça perdida, não se pode montar um quebra-cabeça incompleto, tenho que voltar pro passado e refazer os meus
passos, mas o que se perdeu? Antes de achar, eu preciso saber o que eu estou procurando...
Sobre minhas intenções, não tenho certeza se elas eram de todo o mal, eu sei que elas me levavam ao mais sombrio da minha imaginação e ela vinha junto comigo, íamos juntos eu e ela, e em alguns momentos, eu realmente posso dizer, ela quis estar alí e fazer parte de tudo aquilo, fazia parte dela: ser aquele ser todo minúsculo e lascivo!
E estava tudo tão diferente, tão distante, por um momento irreal!
Por falta de vontade, ela recoou, cansou suas pálpebras por não achar nada interessante para ver, e se visse seria pobre o enxergar, porque era triste o seu jeito de viver, um
jeito sem triunfos! Suas retinas fatigadas observaram o nada cruel e cansativo!
Ela me perguntou o que havia feito de errado, eu respondi que o erro não foi dela, nem meu e sim das circunstâncias, na verdade quis enumerar todos os seus erros, tantos deles
responsáveis pelo fim, no entanto por carinho ou por resto de amor, eu neguei!
Fui embora do nosso apartamento e ao dirigir pelo silêncio das ruas de Recife: chorei! Não queria terminar, queria ter forças para lutar, ainda nos amávamos e muito, por preguiça ou
comodismo iríamos deixar todo aquele nosso amor morrer, acontece que ele sempre estará vivo em mim, adormecido ou nao, sempre irei alimentá-lo!
- Eu quero tentar novamente.- Eu disse.
- Voce não acha que é tarde demais?
- Não quero que seja, eu acho que não é.
- A gente mudou muito, as pessoas por quem nos apaixonamos já não existem.
- Eu estou apaixonado por você, nunca deixei de ser!
- Como pode? Você me deixou.
- Eu nunca te deixei, eu fui embora porque alguma coisa estava me machucando, eu tive medo do nosso amor morrer...
Eu estava certo, o nosso amor estava morrendo, e morreu, pois esse diálogo nunca existiu, não tive coragem de tê-lo, não me sentir merecedor, fiz ela sofrer tanto, era um inferno, e agora eu não queria me redimir -hipócrita. Olhando para o que eu fiz, me sinto muito responsável pela tragédia, fui o canalha, não era para ter saído desse jeito, não foi como eu planejei, não mesmo, era para ela ter lutado, ter mudado, devia ter existido uma negociação, mas não se põe sua alma como negócio, sua essência não muda, isso e quem é você! Pode ser que tivesse dado errado, mas eu devia ter ido até as últimas consequências, pois hoje eu encontro ela, e suspiro querendo minha menina de volta! Enquanto ela pertence a outro eu sempre serei dela, mas não com ela, espero que eu não esteja sendo muito burro, mas a minha escolha foi seguir
minha vida, mesmo não sabendo para onde ir! Escuridão das mentalidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário