segunda-feira, 5 de abril de 2010

Estranhas conhecidas


Elas se olharam, por minutos ou talvez horas, nos seus olhos não havia marcadores de tempo, também não existia nenhuma forma de julgamento, dessa forma notaram que se queriam, não muito, mas o suficiente...

Dançavam agora uma para a outra, e se curtiram por toda uma inesquecível noite, saíram dos seus grupos para se encontrarem sem se tocarem, sem se encostarem, só para se olharem mais de perto, mais dentro, mais íntimo, mais calor. Podiam passar a noite daquele jeito, usando jogos de olhares, sem esclarecimentos, sem identidades ou qualquer outra forma de documento, não precisavam do passado para se conhecerem, nem precisavam de fato de um aperto de mão seguido de um "prazer em conhecer", só precisavam daquele momento para se completarem, fez sentido os meses sem ninguém, foi gostoso ter isso com ela, um flerte sem compromisso, sem o beijo, os abraços e amassos, e possível esquecimento, foi bom só sorrir e se notar, isso parecia ter sentido!

Com os olhares trocavam algumas palavras, ensaiavam um pequeno diálogo, apertavam os olhos e contraiam as sobrancelhas, falavam cantadas bregas e comuns, e os seus sorrisos denunciava uma certa química. Novas contrações oculares, e a conversa continuava se desenrolando.

Sorrisos e sorrisos, era bobo o jeito óbvio que surgia o interesse, e as respostas não respondiam as perguntas, mas satisfazia as entrevistadoras, era engraçado a cumplicidade das estranhas conhecidas, a forma como destruíram os tabus e sem nada se amaram por toda uma noite, tiveram todo um relacionamento ali, sem ninguém para notar e se meter, sem palpites alheios, só as duas e mais ninguém, longe e muito longe dos seus amigos, pois foram levadas quase que por uma correnteza, já não precisavam de socorro, pois já não estavam mais sozinhas, e o suposto medo de se perder dos seus grupos não existia, pois já havia se formado o mais belo dos grupos, composição de no máximo duas pessoas, com piscadas rápidas se escolheram e juntas se perderam e se levaram uma pra casa da outra e lá tiraram todas as suas roupas com a força do pensamento, e se beijavam, se lambiam, se comiam, ardia o momento em suas cabeças e fechavam os olhos querendo sentir com mais intensidade o pensamento, e gozavam para recomeçar e sorriam ao se olhar e médio sentir o prazer da outra, e curtiam saber que estavam se curtindo, e a música ficava mais alta e rápida, acompanhando os gemidos e os movimentos, algumas letras ficavam como o que se estava sendo dito, dessa forma não havia confusão, pois as falas acompanhavam o ritmo do momento, e os sentimentos cresciam, e se modificavam de acordo com cada acontecimento e as duas que só sabiam ser ativas, queriam se tornar outra coisa só para não chatear nem contrariar ninguém, e tiveram o encontro perfeito, foram Romeo e Julieta, só que sem tragédia, não morreriam com a partida uma da outra, a despedida somente significaria o fim da noite e a promessa de um "até a próxima", e prometeram no meio dessa dança não criar muitas expectativas, pois quando tivessem seus outros encontros não iria ser como aquele em particular, seria mais palpável, mais junto, mas não mais unido, seria ótimo, mas não seria perfeito, e esses pensamentos foram fazendo elas se afastarem, e se questionarem, e as dúvidas como em qualquer relacionamento fez com que aquele elo fosse rompido e tudo foi terminado, olharam para o relógio, só havia se passado dez minutos, escuridão das mentalidades!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Canalha do inevitável


Algo se perdeu, eu lembro que quando comecei a fazer essas coisas eram boas as minhas intenções, puta merda, alguma coisa se perdeu, porque agora eu só quero terminar tudo, e era para ser "para sempre" isso aqui, preciso encontrar a porcaria da peça perdida, não se pode montar um quebra-cabeça incompleto, tenho que voltar pro passado e refazer os meus
passos, mas o que se perdeu? Antes de achar, eu preciso saber o que eu estou procurando...
Sobre minhas intenções, não tenho certeza se elas eram de todo o mal, eu sei que elas me levavam ao mais sombrio da minha imaginação e ela vinha junto comigo, íamos juntos eu e ela, e em alguns momentos, eu realmente posso dizer, ela quis estar alí e fazer parte de tudo aquilo, fazia parte dela: ser aquele ser todo minúsculo e lascivo!
E estava tudo tão diferente, tão distante, por um momento irreal!
Por falta de vontade, ela recoou, cansou suas pálpebras por não achar nada interessante para ver, e se visse seria pobre o enxergar, porque era triste o seu jeito de viver, um
jeito sem triunfos! Suas retinas fatigadas observaram o nada cruel e cansativo!
Ela me perguntou o que havia feito de errado, eu respondi que o erro não foi dela, nem meu e sim das circunstâncias, na verdade quis enumerar todos os seus erros, tantos deles
responsáveis pelo fim, no entanto por carinho ou por resto de amor, eu neguei!
Fui embora do nosso apartamento e ao dirigir pelo silêncio das ruas de Recife: chorei! Não queria terminar, queria ter forças para lutar, ainda nos amávamos e muito, por preguiça ou
comodismo iríamos deixar todo aquele nosso amor morrer, acontece que ele sempre estará vivo em mim, adormecido ou nao, sempre irei alimentá-lo!
- Eu quero tentar novamente.- Eu disse.
- Voce não acha que é tarde demais?
- Não quero que seja, eu acho que não é.
- A gente mudou muito, as pessoas por quem nos apaixonamos já não existem.
- Eu estou apaixonado por você, nunca deixei de ser!
- Como pode? Você me deixou.
- Eu nunca te deixei, eu fui embora porque alguma coisa estava me machucando, eu tive medo do nosso amor morrer...
Eu estava certo, o nosso amor estava morrendo, e morreu, pois esse diálogo nunca existiu, não tive coragem de tê-lo, não me sentir merecedor, fiz ela sofrer tanto, era um inferno, e agora eu não queria me redimir -hipócrita. Olhando para o que eu fiz, me sinto muito responsável pela tragédia, fui o canalha, não era para ter saído desse jeito, não foi como eu planejei, não mesmo, era para ela ter lutado, ter mudado, devia ter existido uma negociação, mas não se põe sua alma como negócio, sua essência não muda, isso e quem é você! Pode ser que tivesse dado errado, mas eu devia ter ido até as últimas consequências, pois hoje eu encontro ela, e suspiro querendo minha menina de volta! Enquanto ela pertence a outro eu sempre serei dela, mas não com ela, espero que eu não esteja sendo muito burro, mas a minha escolha foi seguir
minha vida, mesmo não sabendo para onde ir! Escuridão das mentalidades.

sábado, 18 de julho de 2009

Meu monstro


Sobre o meu amor, eu me distanciei por medo de ferí-la, por medo de talvez começar a não sentir realmente o que eu disse que estava sentindo, mas se eu começar a me deixar sentir, existe uma chance realmente grande do monstro se libertar e o meu monstro não é daqueles quentes e sexys, ele é do tipo perigoso e amedrontador, eu não tenho medo dele, ele convive secretamente comigo a bastante tempo, não gosta de quem gosto, não gosta dos meus lugares, o que me assusta é que eu estou cada vez mais me tornando ele de uma vez por todas, começo a gostar do sentimento de poder que vem quando ele é desmascarado, me sinto ele, e já não me sinto tão solitário, agora me sinto simplesmente vazio, por dentro, talvez por fora! Meu monstro me encoraja, com ele consigo vencer todos os meus desafios.
Não sei o que criou meu monstro, mas existe uma forte ligação com o aparecimento dela, ela me machucou, eu lembro, foi a primeira vez que ele apareceu, revidou e me protegeu, entao o deixei ficar, foi meu primeiro erro, e ele foi me conhecendo, me analisando, me fazendo gostar dele, se aproveitou da minha brecha, se pudesse voltar no tempo, não sei se erraria, mas ainda fica a dúvida, por muito tempo eu realmente gostei dele, eu realmente o quis, e as pessoas que faziam parte dele eram tão sedutoras, elas pareciam melhores do que as que eu tinha, então por gostar e me identificar com o monstro, me entreguei e o deixei me possuir, e ferir o meu amor num golpe frio e calculado, eu a deixei me ver no meu outro mundo, o mundo do monstro, e ela me deixou, e eu a olhei ir embora sem chorar, sem ir atrás, fiquei lá, eu e o monstro! Não fiz isso apenas com um dos meus amores, fiz com todos, o monstro apareceu com a primeira, mas ainda me persegue e me persiguirá até a última, ele precisa delas até certo ponto, e as pessoas do mundo dele, depois se tornam do meu e ele as expulsa, porque quando eu vivo minha vida fica pouco espaço para ele viver a dele, e ele só tem um jeito de viver, sempre no limite, fora da moral, diferente de quem sou, não posso dizer que estou cansado dele, são muitas sensações, fui apresentado a pura adrenalina, e virei aventureiro, caçador de emoções! E comecei a colecionar sorrisos, os olhares, os toques, as vozes, diferenciá-las e separá-las em categorias virou meu troféu, ou do monstro, naquela altura já nos confudiávamos, e os beijos era eu quem dava, pois o monstro só vivia dentro, sem poder sair, dando ordens, sugestões, jogando com meus sentimentos, depois de quase uma vida com ele, já não sinto mais nada e fiquei com pouco a dizer, pois já não sento nada, é como eu já disse: tudo ficou vazio, e todas as minhas relações ficaram efêmeras, porque ele se entediava, e queria mais e mais, e elas não podiam e não tinham como dar o que ele queria, ou o que eu queria, será que isso elas podiam? Eu sei que o monstro não descansava, e queria me ver completo ou se ver assim, o esquisito é que depois de algum tempo eu entendi que ele não era bom pra mim, e que foi por causa dele que eu vim ficando amargo por esses anos e perdendo todos os meus possíveis finais felizes, as possíveis mulheres da minha vida! Tenho quase certeza que sinto falta de algumas delas, e ele até deixa eu trazê-las de volta, ele gosta disso, faz parte dele, ele não liga se as pessoas já estiveram alí, pois ele sabe que mesmo estando de volta, eu não pertenço a elas, mesmo as amando-imagine o mais intenso que puder! Ele não temia perder o lugar dele, ele sabia que ele era para sempre, por razão dessa noção de infinito deixei a minha vida adulta se esvair, e a falta de maturidade de quando deixei o monstro entrar, ficou sendo característica dele, e não conseguir crescer mesmo com todo empenho que eu tive por algumas horas, ele não queria me abandonar e nem iria! O que ele não sabia é que eu comecei a entendê-lo e a analisá-lo, ele começou a ficar vulnerável, mas ainda forte, e agora quando elas começavam a entrar eu explicava que existia o monstro e o que ele fazia, algumas delas me deixavam logo, outras lutavam para me aceitar, outras realmente conseguiam, mas nenhuma delas está comigo agora, nenhuma delas diz que me ama, o monstro torna impossível alguem me amar, até as pessoas que o monstro traz terminam por me odiar!!
O nome do meu monstro é Judas, e ele fez de mim um traidor! Eu amo, mas traio, defesa ou ataque? Eu sei que estou sentindo tristeza, fico feliz por recuperar a única coisa realmente minha: meus sentimentos verdadeiros! Escuridão das mentalidades!

Ela tirou minha própria vida


Acho que muitas vezes a gente se perde em suposições e perde o verdadeiro sentido da coisa, aprender só por aprender, por mais nobre que possa ser, não torna a coisa mais útil, você não pode simplesmente amar, dói em mim saber que tantas pessoas pensam que amar é o suficiente, não é, e elas deveriam saber, como eu sei...
Eu não estou tão cansanda assim para adimitir, mas já perdi tantas pessoas que não se impenharam, não testaram seus limites, ou ao menos tentaram ser melhores. Esse não é um discurso melodramático que visa encontrar o melhor de si mesmo, eu não sou ninguém para dizer como se faz isso, supostamente isso é só um desabafo, porque eu perdi o meu amor, mesmo ela não tendo perdendo o amor por mim, e o pior é que eu sei que nesse momento ela esta sofrendo tanto quanto eu, me sinto triste ou com raiva, mas pouco sei sobre os meus sentimentos, porque fico completamente ocupada pensando nos dela, fico ocupada e precisando do seu carinho, daquele carinho tão especial, e daquela troca de olhares que desde o começo se tornou a "nossa coisa", era lindo só olhar nos seus olhos, hoje não posso fazer isso, por imaturidade nossa, deixamos a relação morrer, estavámos tão ocupadas restaurando os pedaços de amor que tinham fugido que esquecemos de cuidar da relação, esquecemos de cuidar da "nossa coisa", agora eu sei: é questão de tempo para que o nosso amor morra, porque ele foi todo baseado em estar juntas como num filme adolescente americano, quando isso se vai leva junto o que se sente, e eu... Eu sinto muito!
Verdadeiramente eu posso dizer: não sou cafajeste, nunca fui, sempre dei o melhor de mim para qualquer pessoa, sempre achei importante não julgar, e tentar compreender, para mim sempre foi fundamental agradar aos outros, era importante fazer ela feliz, então quando eu fui para aquela maldita festa, eu não tinha a mínima intenção de transar com sua melhor amiga, mas acho que uma relação amorosa não se baseia nas inteções e sim no que se é feito! Me corta o coração ter sido eu a culpada, não tenho nem cara para pedir perdão ou pedir um tempo para pensarmos melhor ou para ela pensar melhor, a verdade e que estavámos na nossa melhor forma, não havia nada de errado, e agora estavámos alí, eu na varanda da sua casa gritando o seu nome e ela cortando os pulsos no banheiro.
Pensar na causa é o mais difícil, porque eu suportaria ter sido culpada do fim de um relacionamento, mas não de uma vida, eu não sabia que ela não suportaria saber da traição, na verdade achei que ela nunca descobriria. Os pais dela me olham da primeira fileira, acho que eles querem me matar, até porque não estou conseguindo chorar, como não? A garota que eu amava, que eu ainda amo de todo meu coração, estava alí na minha frente dentro de um caixão, depois de ter tirado sua própria vida, deixando apenas uma carta para mim, apenas uma linha na verdade, como eu não estava chorando? eu não me entendo, eu não entendo o que ela fez, se ela estivesse aqui, eu iria estar lutando com todas as minhas forças pelo seu perdão, lutando para ser mais uma vez só dela e de mais ninguém, para tê-la junto de mim...
Fui eu quem causei a morte dela? Fui eu quem empurrou a gilete em seu punho? Nao acho que fui eu quem fez isso, a escolha foi dela, ela foi covarde, eu nao matei ninguém, ela se matou, o fato é que vou sentir sua falta, e tem tanta coisa nela que eu gostava, tantas coisas pequenas e doces, o jeito como ela segurava minha mão, sempre mexendo os dedos, nunca ficava quieta, agora alí deitada ela segurava sua própria mão tão calmamente, eu queria segurar mais uma vez sua mão, mas seria indelicado chegar mais perto, a família dela não aprovaria, obviamente eu era importante para ela, era claro para mim que ela me queria alí. Ela desistiu da vida dela, acho que isso me inclui, ela desistiu de mim, assim como eu desisti dela, mas não foi tudo pensado, nada foi muito bem articulado, foi tudo muito calmo, porém veloz, foi um paradoxo perfeito, sabia-se que era errado, mas parecia tão certo, quando ela me viu no momento certeiro da traição, eu não consegui me mover, não consegui fazer mais nada, eu só queria voltar no tempo, e voltar pros seus braços, no momento eu quero adiantar o tempo, quero sair dessa igreja, não quero mais vê-la, não sem que ela me veja também, não sem o seu olhar no meu, não sem a dúvida do perdão.
Então, aprender (que certas coisas não se fazem) só por aprender não faz você fazer o que é certo, você só acerta se você decidir vigorosamente ser correto, e viver pelas regras, nao só quando te convém, meu erro custou uma vida, uma vida que podia estar sendo vivida junto a minha, uma vida que por acaso já foi minha, assim como a minha foi dela e ainda é, sempre será, o resto que ainda existe de mim se consumirá pelas saudades, pelo lamento, espero que ela esteja em paz, eu não estou!
Ela disse num pequeno pedaço de papel, colocado na sua escrivaninha: EU TE PERDÔO!!!!
Eu digo: obrigada, mas isso não diminui meu erro, enquanto eu ainda estiver viva e sã, eu jamais serei perdoada...
No meu bilhete eu escreveria: sinto muito pelas coisas terem dado errado, mas você não tinha o direito de tirar a minha própria vida, eu nunca vou te perdoar, parabéns tudo o que você consegui foi escurecer algumas mentalidades...

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Seu anjo, meu demônio


Eles se olharam por décimos de segundos, por suas retinas fatigadas. Seus corpos se tocaram, se completaram, não podiam ficar juntos, dois seres imortais... Suplicaram a morte, pois a sede do desejo mutila o sexo, ele não pôde continuar longe, se aproximou fitando-a, em sua mente era tudo fogo, queimando e consumindo, ela hesitou em vão, ele a tomou nos seus braços, de súbito se completaram. Era tarde dermais, foram tomados pela excitação, não se tocavam com os lábios, aqueles lábios estavam sujos de mentiras, tocaram seus sexos intensamente em movimentos e momentos contínuos - ele, apossado de selvageria, a beijava em todos os lugares, seus beijos eram profundos e molhados, assim como as partes dela.

Ele a puxou contra o seu corpo, arrancou suas roupas em um golpe de desejo, abaixou suas calças, sem perder tempo se despindo, enlaçou as pernas dela em seu quadril e sentiu o sopro de sua santidade se esvair, deu um grito alto e rouco, os movimentos continuaram, e pronto o tempo passava em câmera lenta, ele oscilava o olhar, ora para o nada ora para suas próprias pálpebras, mas nunca a olhava. Ela respirava ofegantemente em seu pescoço e cada vez que ele se movimentava, ela abria um pouco a boca e grunhia, se sentiam carne e não pensavam.

Ele começou a morder os próprios lábios, segurava forte as suas costas, os movimentos ficaram mais rápidos, e rápidos, e rápidos, e rápidos, e rápidos, e embalantes, doloridos e mais rápidos, ecoou o grito do gozo, ela saiu de súbito e o tirou de dentro dela, colocou a roupa e correu pra seus demônios. Ele caiu no chão, encarou o nada e se preocupou, agora estava sujo com o seu DEUS, comeu uma podre maçã proibida, não voltaria mais para seus anjos, pois ele mesmo se sentiu caído, homem de vida vulgar, a beleza demoníaca dela o enfeitiçou, sabia que iria pagar pela sua traição, depois do gozo, o anjo belo chorou, e o que era desejo se tornou escuridão das mentalidades...

domingo, 19 de abril de 2009

Escuridão das mentalidades


Tentei fatorar o problema, mas não conseguir, queria achar o centro do erro, aconteceu que o momento foi errado. Analisei as falas, os movimentos os olhares, mas principalmente os atos, composição e mistura de tudo aquilo, cheguei finalmente aos fatos e me deparei com a certeza do erro total, sim, eu fiz tudo errado. Mas o erro é a decomposição de algum suposto brilhantismo, do erro se faz a vida, o instante se faz de base pro momento inevitável e tudo colidi, acontece a perfeição, pequenos átomos de partículas desarticuladas e a frase: que se faça a luz! Os erros ficam visíveis e as consequências se tornam não mais do que elas já são: apenas pontos de vista. Começa a se falar do modo como é feito essas coisas, fala-se de paixão, de amor, desejo e necessidade, também fala-se de intensidade, efemeridade e de longa duração, e busca-se através dessa estranha dança, o prazer nu e cru, escancarado em nossos feitos. Assim acontece os sentimentos, demonstração de humanidade, angústia do ser. Tudo efeito do grande erro e o mundo que dizem ser imperfeito é colorido com essas cores invisíveis. Fica tudo sem cheiro, porque tudo vira dor, sentimento intenso que leva nome de coisa física, e é notada a nossa maior fraqueza, conhecida do homem, a vontade louca de perdoar, é preciso ser forte pra isso, vira contradição, e pouco se fala do medo, sentimento que controla a essência humana, de tal complexidade que não se toca no assunto por medo, ciclo vicioso! Medo por medo, estranho ressentimento da sociedade...